Petra (Jordânia) - A cidade rosa dos Nabateus



A entrada de Petra representa, para o visitante, a passagem do sonho à realidade.
Petra é um lugar único no mundo
Petra, é uma cidade tão antiga como o tempo e constitui o tesouro mais precioso da Jordânia; captura corações, emociona os visitantes desde o primeiro momento e grava nas suas memórias paisagens inesquecíveis. A cidade de pedra escavada em grandiosas montanhas rosa-vermelhas; alberga templos monumentais; túmulos esculpidos nas rochas e outros edifícios, mais de dois mil, todos escavados nas rochas pelas tribos do deserto que habitaram a região há milhares de anos.
O Siq, o desfiladeiro que é necessário
percorrer até chegar a Petra

Petra, a cidade rosa dos Nabateus, é um lugar único no mundo. Construída em pleno deserto, ponto de encontro entre culturas ao longo de séculos através das caravanas da rota da seda e da rota das especiarias, desde o médio oriente, índia e sudeste asiático, em direção à Europa, Petra revela uma incrível adaptação do ser humano a condições climáticas adversas. Petra possuindo paisagens de cortar a respiração sendo uma das sete maravilhas do mundo moderno. Talvez por isso tenha servido de cenário a vários filmes de aventuras, dos quais se destacam: Indiana Jones e a Grande Cruzada (1989); O Regresso da Múmia (2001); Rainha do Deserto (2015), entre mais de uma dezena deles.

Para chegar ao coração de Petra, temos de percorrer um desfiladeiro (Sik), com 1200 metros de comprimento, largura entre 4 e 15 metros e mais de 100 m de altura das vertentes. Este desfiladeiro possui vários altares sagrados e um inovador sistema de transporte de água para a cidade. No final deste caminho, o esplendor da fachada do Tesouro (El Khazneh)... uma imagem de cortar a respiração a qualquer alma: vislumbrar a grandiosa fachada deste monumento esculpida na rocha, de uma elegância, simetria e grandiosidade ímpares. É frequente ver grupos de turistas, em silêncio, contemplar a paisagem e a conter as emoções Indescritível a emoção...

Vista da fachada do Tesouro, no final do Siq

Terminando este enigmático e surpreendente percurso, a travessia do Sik, surge ao visitante o sonho da vida de muitas pessoas; El Khazneh (o Tesouro), a fachada mais bonita e a mais famosa de Petra. Acredita-se que esta fachada é o túmulo de um Rei importante dos Nabateus, e foi esculpida de cima para baixo como todas as outras fachadas de Petra, no século I a.C., na época do Rei Aretas IV.

Esta fachada mostra a genialidade do ser humano em esculpir monumentos nas rochas e montanhas, e sua capacidade de inovação e engenharia. Sem dúvida uma obra de arte única. O Tesouro tem 41 metros de altura e 28 metros de largura, seis colunas na parte de baixo com capitéis de influência romana. Em cima dos capitéis tem um friso com sete taças que é o símbolo do deus Dionísio, deus do vinho na época dos gregos. Também tem duas estátuas na parte de cima, que são as Deusas da Vitória e ao lado seis mulheres amazonas com asas. No meio, está a Deusa Ísis, a mesma deusa dos egípcios, segurando na mão esquerda o corno da fertilidade e na mão direita o copo do sacrifício. Em cima de tudo estão quatro águias e uma urna, que representam a morte. Em baixo, já no interior, possui duas divisões que serviam para preparar as cerimónias. Por cima da escada tem uma sala grande com três divisões distintas, um de cada lado.

A fechada de El-Khazneh (O Tesouro), o monumento mais importante de Petra
Seguindo para o centro antigo da cidade, encontramos o Teatro Nabateu — que foi esculpido nas montanhas pelos Nabateus no século I a. C., quando Aretas IV era o governante. Este teatro é um dos três teatros que foram encontrados em Petra, nele cabem 3000 pessoas; era dedicado às cerimónias fúnebres.


O teatro de Petra escavado na rocha
A natureza foi generosa em Petra; o teto e paredes das salas dos túmulos são
decorados naturalmente pela beleza da rocha em bandas rosa e branco
Ao lado deste teatro tem um caminho que leva para o Altar do Sacrifício, e é necessário cerca de 30 minutos para o subir, sob um sol escaldante. É um local com vista para dentro de Petra. Passa-se por dezenas de fachadas em direção aos túmulos reais. Os Túmulos Reais são quatro fachadas juntas. A primeira é o Túmulo da Urna, que foi também a primeira igreja da época dos bizantinos em 341 d.C. O segundo túmulo é o Túmulo da Seda, o terceiro, o Túmulo Coríntio, e a quarta fachada é o Túmulo do Palácio.

A zona dos túmulos reais; o túmulo do Palácio (esquerda), o túmulo Coríntio
(centro) e o túmulo da Seda (direita)
A zona dos túmulos dos nobres, com fachadas bem mais modestas

Um dos monumentos mais importantes de Petra é a Basílica, que foi construída no ano de 450 d.C. Tem 84 figuras diferentes de mosaicos, que representam as quatro estações e os animais da época, e também 152 cilindros de papiros queimados. No ano 106 d. C., Petra foi conquistada pelos Romanos depois destes terem cortado as fontes de água que abasteciam a cidade. Foram feitos o Arco de Trajano devido à sua chegada à cidade e uma homenagem ao então Imperador de Roma, além da calçada romana (cardo máximo).

Mosaicos da Basílica de Petra

Depois do Arco de Trajano, vê-se o Templo Grande e o Templo dos Leões Alados, construído no século I d. C. pelos Nabateus. É considerado um dos únicos monumentos construídos pelos Nabateus neste período. No final da calçada romana, encontra-se o templo da menina (Qaser Al Bint), construído no século I a. C. Acredita-se que este monumento era do Deus Dushara, o deus principal das caravanas na época dos Nabateus. Considerado o Templo mais antigo de Petra, tem 17.90 m de largura e 23 m de altura, quatro colunas, construído na época de Obodas II entre 30 e 9 a.C. 
O Arco de Trajano no cardo máximo, com
a zona dos túmulos reais ao fundo

Mas, o visitante deve conservar as suas forças pois um dos pontos altos da visita a Petra ainda está por cumprir; a subida ao Al-Deir (O Mosteiro). O acesso ao Al-Deir faz-se por uma escadaria com 800 degraus, muito desgastados pelo tempo, sempre a subir, passando por vários desfiladeiros até aos 1000 m. Poucos se aventuram nesta desgastante subida pois os 45º C de temperatura são impiedosos mas, temos de pensar que se trata de uma oportunidade única na vida. Por isso lá fomos...



Situado no topo de uma das montanhas de Petra, O Al-Deir (O Mosteiro) possui 43 m de altura por 42 m de largura. Foi construído para sepultar o Rei Obodas I. O seu interior possui uma escada que conduz a uma sala funerária. À frente do monumento existia um pátio rodeado de colunas que era utilizado para cerimónias religiosas.

A subida ao Al-Deir representa um esforço enorme mas a visita a um dos monumentos mais importantes de Petra, juntamente com a vista que se consegue alcançar, compensam o esforço despendido.

A fachada do Al-Deir (O Mosteiro); foi construído para sepultar o Rei Obodas I
Um dia inteiro para visitar Pedra é o mínimo necessário... muito esforço físico e, sobretudo, muita coragem para suportar cerca de 45º C no pico do verão... mas no final é uma espécie "dream come true".

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